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Mira de ouro: os maiores recordes do tiro esportivo nas Olimpíadas

07 MAI 2025

Poucos esportes traduzem com tanta clareza a união entre técnica, concentração e controle emocional quanto o tiro esportivo. Presente desde a primeira edição dos Jogos Olímpicos modernos, em 1896, essa modalidade atravessa a história com um legado de precisão e superação.

Mais do que uma simples prova de pontaria, o tiro olímpico é um campo onde milímetros definem lendas, e recordes eternizam a excelência de quem treina para ser infalível.

Ao longo dos anos, o esporte se transformou: novas categorias surgiram, as regras evoluíram e a tecnologia ampliou as exigências dos atletas. Com isso, os recordes olímpicos tornaram-se uma referência definitiva da performance humana no limite da precisão.

Novas marcas sob novas regras

A Federação Internacional de Tiro Esportivo (ISSF) reformulou o formato das provas e a estrutura de pontuação a partir de 2012. Desde então, os recordes passaram a ser divididos em duas categorias principais: QOR (Qualification Olympic Record), que se refere à fase classificatória, e OR (Olympic Record), que diz respeito à fase final.

Essas alterações impactaram diretamente os resultados, e diversos recordes históricos foram superados em Tóquio 2020 e Paris 2024. A nova configuração também trouxe provas mistas e mais diversidade entre os participantes.

Carabina: domínio da técnica estática

A precisão absoluta define as provas de carabina, realizadas a 10 e 50 metros de distância. Em Paris 2024, o chinês Sheng Lihao atingiu o novo recorde final da carabina de ar 10m masculina com 252,2 pontos, ultrapassando a marca anterior de William Shaner. No feminino, a sul-coreana Ban Hyojin estabeleceu o recorde de qualificação com 634,5 pontos, igualando-se na final a outras duas atletas com 251,8 pontos.

Na carabina 50m três posições, a exigência se multiplica ao exigir disparos em três posturas distintas. Chiara Leone, da Suíça, fez história em Paris ao alcançar 464,4 pontos na final feminina. O chinês Zhang Changhong ainda mantém o recorde masculino desde Tóquio, com 466,0 pontos — também validado como recorde mundial.

Pistola: onde o foco é tudo

As provas de pistola desafiam o controle físico e psicológico. O russo Mikhail Nestruev permanece como recordista da qualificação da pistola de ar 10m masculina desde Atenas 2004, com 591 pontos, marca que sobrevive às mudanças de regulamento. Já o iraniano Javad Foroughi cravou 244,8 pontos na final de Tóquio, dando ao Irã sua primeira medalha olímpica no tiro.

No feminino, Oh Ye Jin, da Coreia do Sul, bateu o recorde final da pistola de ar em Paris 2024 com 243,2 pontos. Nas categorias de pistola rápida 25m, nomes como Leuris Pupo e Vitalina Batsarashkina se destacam por suas marcas consistentes, demonstrando domínio sob extrema pressão.

Espingarda: reflexos em alta velocidade

O trap e o skeet elevam o desafio ao exigir precisão contra alvos em movimento. Em Paris 2024, Nathan Hales, do Reino Unido, e Adriana Olivia, da Guatemala, estabeleceram novos recordes nas finais do trap, com 48 e 45 acertos, respectivamente. No skeet, o americano Vincent Hancock consagrou-se tricampeão em Tóquio 2020 com 59 acertos, uma das performances mais impressionantes da história recente.

Entre as mulheres, Amber English também brilhou, errando apenas quatro alvos em Tóquio. Já nas provas mistas, a dupla italiana Diana Bacosi e Gabriele Rossetti fez história com 149 pontos na qualificação do skeet por equipes em Paris.

Ícones que desafiaram o tempo

O tiro olímpico guarda histórias que vão além das marcas. Oscar Swahn, da Suécia, tornou-se o medalhista olímpico mais velho da história ao subir ao pódio aos 72 anos, nos Jogos de 1920. Seu legado inclui seis medalhas conquistadas em competições como o extinto “tiro ao veado”.

Outro nome marcante é o da norte-americana Kim Rhode, única atleta a conquistar medalhas em seis Olimpíadas consecutivas entre 1996 e 2016. Competindo em diferentes modalidades de espingarda, ela acumulou três ouros, uma prata e dois bronzes — prova de que consistência e dedicação também moldam lendas.

Muito mais que números

A loja Casa do Pescador e Militar, de Taguatinga (DF), aponta que os recordes olímpicos no tiro esportivo não são apenas estatísticas: representam o ápice de uma jornada moldada por disciplina, resiliência e excelência. Cada número alcançado é o reflexo de milhares de horas de treino, concentração extrema e domínio técnico absoluto.

Com a inclusão de novos formatos e a crescente presença de jovens talentos e atletas de diferentes perfis, o tiro olímpico continua a evoluir, mantendo-se como uma das modalidades mais exigentes e respeitadas do cenário esportivo mundial.

Para saber mais sobre recordes olímpicos do tiro esportivo, acesse: 

https://www.olympics.com/en/news/olympic-records-shooting-pistol-rifle-shotgun

https://ge.globo.com/olimpiadas/tiro-esportivo/noticia/2016/08/americana-do-tiro-vira-unica-ganhar-medalha-em-seis-olimpiadas-seguidas.html

https://www.olimpiadatododia.com.br/curiosidades-olimpicas/248065-mais-velho-da-historia-a-ganhar-uma-medalha-olimpica/


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