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Três filmes sobre atiradores reais que você precisa assistir

05 MAI 2025

A trajetória de atiradores de elite sempre fascinou o público, tanto pela precisão quase sobre-humana necessária para exercer a função quanto pelos dilemas morais e psicológicos que esses profissionais enfrentam em situações de extremo perigo. 

Quando essas histórias são baseadas em fatos reais, ganham ainda mais impacto, revelando o lado humano de quem empunha uma arma não apenas como ferramenta de guerra, mas como extensão de sua própria sobrevivência. 

Este artigo da loja Casa do Pescador Militar, de Taguatinga (DF), reúne três filmes essenciais para quem deseja conhecer mais sobre a vida de snipers reais, suas batalhas, suas dores e seus legados.

"Sniper Americano" (2014)

Dirigido por Clint Eastwood e estrelado por Bradley Cooper, “Sniper Americano” é uma poderosa adaptação da autobiografia de Chris Kyle, considerado o atirador mais letal da história militar dos Estados Unidos.

A obra retrata não apenas sua habilidade impressionante no campo de batalha, onde acumulou oficialmente 160 mortes confirmadas, mas também os conflitos internos e dilemas éticos que marcaram sua trajetória.

Chris Kyle, natural do Texas, foi motivado a se alistar na Marinha após testemunhar atentados terroristas contra embaixadas americanas. Sua formação conservadora e seu senso de dever patriótico o impulsionaram a integrar os Navy SEALs, uma das unidades de elite das Forças Armadas norte-americanas. No Iraque, entre 1999 e 2009, sua habilidade com o rifle de precisão se tornou lendária, rendendo-lhe o codinome “A Lenda”.

O filme explora profundamente o impacto da guerra na vida pessoal de Kyle. Sua esposa, Taya, interpretada por Sienna Miller, representa a voz da família, cobrando dele a difícil escolha entre o compromisso com o país e a necessidade de estar presente para seus filhos. Eastwood mergulha nos dilemas morais do personagem, como na tensa cena em que Kyle precisa decidir se atira em uma criança que ameaça suas tropas com uma granada.

Além de retratar a carnificina da guerra urbana em Fallujah, o filme também destaca o duelo psicológico entre Kyle e Mustafá, um ex-atirador olímpico sírio que se torna seu principal antagonista no campo de batalha.

A fotografia precisa, os efeitos sonoros impactantes e a transformação física de Bradley Cooper para interpretar Chris Kyle são elementos que garantiram a “Sniper Americano” seis indicações ao Oscar, incluindo Melhor Filme e Melhor Ator.

A história de Chris Kyle, infelizmente, termina de forma trágica: ele foi assassinado em 2013 por um ex-combatente com transtorno pós-traumático, ironicamente enquanto tentava ajudá-lo a superar seus próprios traumas.

"Círculo de Fogo" (2001)

Se “Sniper Americano” é uma jornada pela guerra moderna, “Círculo de Fogo”, dirigido por Jean-Jacques Annaud, transporta o espectador para a crueza da Segunda Guerra Mundial, no cerco brutal de Stalingrado.

O filme é inspirado na história real do atirador soviético Vassili Zaitsev, interpretado por Jude Law, que se tornou um símbolo de esperança para os soviéticos ao eliminar dezenas de soldados alemães com seu rifle de precisão.

A narrativa centra-se no duelo tenso e calculado entre Zaitsev e o Major König, um exímio atirador alemão vivido magistralmente por Ed Harris. Essa luta não é apenas física, mas também psicológica, com cada um tentando antecipar os movimentos do outro em meio ao cenário devastador de uma cidade arrasada pela guerra. A tensão é constante, e o filme é habilidoso em capturar a essência do combate de snipers: paciência extrema, astúcia e precisão mortal.

Embora alguns críticos apontem a superficialidade no desenvolvimento dos personagens e a adição de um romance clichê envolvendo Vassili, a obra é elogiada pela criação de um clima de suspense eficiente. As cenas de duelo são engenhosamente construídas, com estratégias como atirar durante explosões para mascarar o som do disparo e o uso de reflexos para localizar inimigos.

Diferente de filmes de guerra que apostam apenas em carnificina e grandes batalhas, “Círculo de Fogo” aposta no embate intelectual entre dois mestres do tiro, criando uma atmosfera de tensão raramente vista no gênero.

Ainda que o pano de fundo histórico da Batalha de Stalingrado não seja explorado em profundidade, o filme se destaca ao retratar a importância da resistência e da esperança em tempos sombrios.

"A Batalha de Sevastopol" (2015)

Saindo do universo masculino, mas permanecendo dentro do contexto da participação da União Soviética na Segunda Guerra Mundial, “A Batalha de Sevastopol”, dirigida por Sergey Mokritskiy, apresenta a história verídica de Lyudmila Pavlichenko, a sniper mais bem-sucedida da história, com 309 mortes confirmadas durante a Segunda Guerra Mundial. Conhecida como “Lady Death”, a jovem ucraniana enfrentou tanto o inimigo nazista quanto o machismo dentro de seu próprio exército.

O filme alterna entre os combates intensos em campos devastados da União Soviética e a estadia de Lyudmila nos Estados Unidos, onde ela foi recebida pelo presidente Franklin Roosevelt e se tornou amiga da primeira-dama Eleanor Roosevelt.

Essa abordagem narrativa proporciona uma visão mais completa da personagem: a franco-atiradora mortal no front e a jovem inexperiente tentando encontrar seu lugar em um ambiente político e midiático para o qual não estava preparada.

Visualmente impressionante, com cenas de batalha realistas e uma trilha sonora impactante executada pela Orquestra Sinfônica Nacional da Ucrânia, “A Batalha de Sevastopol” também mergulha nos dilemas internos da protagonista.

A atuação de Yuliya Peresild é destacada pela crítica, especialmente na maneira como transmite os traumas psicológicos de Lyudmila, sua dificuldade em conciliar a brutalidade da guerra com seu lado humano.

Além da guerra, o filme aborda temas como o preconceito de gênero, a solidão e a necessidade de manter a sanidade em meio à destruição. A história de Lyudmila Pavlichenko, uma jovem que saiu dos bancos da universidade para se tornar um ícone da resistência soviética, é uma narrativa inspiradora de coragem e determinação.

Conclusão

Esses três filmes — “Sniper Americano”, “Círculo de Fogo” e “A Batalha de Sevastopol” — não apenas retratam com habilidade as habilidades técnicas e estratégicas dos atiradores de elite, mas também humanizam seus protagonistas, explorando suas dúvidas, dores e lutas internas. 

Assistir a essas produções é não apenas uma oportunidade de entretenimento de alta qualidade, mas também uma chance de refletir sobre o preço da guerra, o peso das decisões em campo de batalha e a resiliência daqueles que, com precisão cirúrgica, escreveram seus nomes na história.

Para saber mais sobre esses três filmes sobre atiradores reais, acesse: 

https://www.jornalopcao.com.br/opcao-cultural/sniper-americano-eastwood-da-tiro-certeiro-ao-retratar-guerra-dos-dilemas-americanos-29366/

https://www.cineplayers.com/criticas/circulo-de-fogo

https://historiamilitaremdebate.com.br/filme-a-sniper-russa-the-battle-of-sevastopol/


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