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Família e tradição no tiro esportivo: como o esporte une gerações

07 ABR 2025

O tiro esportivo é uma prática que vai muito além da precisão e do controle. Enraizado em valores como responsabilidade, disciplina e respeito, esse esporte tem se mostrado, ao longo das gerações, um poderoso elo entre membros de uma mesma família. Pais e filhos, avós e netos, irmãos e casais têm encontrado no tiro esportivo uma forma de estreitar laços, transmitir valores e perpetuar tradições.

Um elo entre gerações

Desde muito cedo, é comum ver filhos acompanhando os pais nos clubes de tiro, observando com admiração os movimentos, os equipamentos e a postura segura e confiante dos atiradores. Em muitos casos, esse contato inicial se transforma em paixão, prática regular e, em alguns casos, até em carreira profissional.

Um exemplo emblemático é o da atleta olímpica Geovana Meyer, natural de Joinville (SC), que cresceu em uma família onde o tiro esportivo sempre foi parte da rotina. Seus pais, avós e amigos já praticavam o esporte, e para ela, pegar numa arma de competição era tão natural quanto uma criança jogar futebol. A tradição familiar foi o primeiro combustível para sua trajetória, que hoje a coloca entre as melhores do mundo, com participação nas Olimpíadas de Paris, em 2024.

O caso de Geovana representa o que muitos clubes e federações vêm observando há anos: o tiro esportivo é passado de geração em geração como herança cultural e esportiva. Além disso, essa vivência familiar contribui para a formação de atletas mais conscientes, comprometidos e preparados técnica e psicologicamente.

Tradição familiar e excelência esportiva

O Brasil tem diversos nomes importantes no cenário do tiro esportivo que vieram de famílias tradicionais nesse meio. Jaime Saldanha Jr., por exemplo, começou a treinar com o pai aos nove anos de idade. Com incentivo, disciplina e talento, tornou-se uma referência no Tiro Prático nacional e internacional. Hoje, ele ministra cursos ao lado do pai, perpetuando o conhecimento adquirido ao longo de décadas.

Outro exemplo é o de Roberto Bortolozzo, atleta de destaque no Tiro ao Prato e membro de uma família tradicional no esporte. É comum ver integrantes da família Bortolozzo competindo em eventos por todo o Brasil, levando o sobrenome com orgulho e representando a excelência e a continuidade do legado esportivo.

Esses casos demonstram como o incentivo familiar pode transformar talentos em campeões, e como a herança esportiva pode ser um caminho de realizações pessoais e profissionais.

Formação de valores desde cedo

Levar crianças e adolescentes para praticar o tiro esportivo, sempre com responsabilidade e dentro das normas de segurança, é uma forma eficaz de trabalhar valores fundamentais. Ao contrário do que muitos imaginam, o esporte não estimula a violência – muito pelo contrário. Ensina disciplina, respeito às regras, controle emocional, foco, paciência e responsabilidade.

Quando um jovem aprende a manusear uma arma sob supervisão, em ambiente controlado, perde-se o fascínio perigoso da curiosidade mal direcionada. O desconhecido se torna conhecido e respeitado. Pais que introduzem seus filhos no tiro esportivo relatam melhorias no comportamento, na concentração escolar e no senso de responsabilidade.

Além disso, o esporte prepara os membros da família para eventuais situações de emergência. Em casas onde há armas legalizadas, é fundamental que todos saibam manuseá-las com segurança. Ensinar isso desde cedo, com ética e responsabilidade, é um investimento em segurança familiar.

Presença feminina e inclusão

Tradicionalmente dominado por homens, o tiro esportivo hoje se apresenta como um ambiente cada vez mais inclusivo. A presença de mulheres vem crescendo tanto nas arquibancadas quanto nas linhas de tiro. Esposas, namoradas, irmãs e mães que antes apenas acompanhavam os familiares agora se tornam praticantes e, muitas vezes, atletas em destaque.

A prática em conjunto favorece a igualdade, o companheirismo e a valorização da mulher dentro do ambiente esportivo. Casais que compartilham o hobby relatam maior parceria e cumplicidade. A mulher, ao entender o universo do tiro esportivo, também fortalece sua autonomia, autoestima e sensação de pertencimento.

Um esporte que acolhe e transforma

O ambiente dos clubes e federações de tiro é, muitas vezes, acolhedor e propício para o convívio familiar. Diversas competições e eventos promovem categorias mistas, momentos de confraternização e atividades para todas as idades. É nesse contexto que o esporte deixa de ser apenas um hobby para se transformar em estilo de vida.

Além da prática em si, as famílias compartilham momentos de lazer, viagens para competições, encontros com outros atiradores e até mesmo envolvimento em atividades administrativas dos clubes. Tudo isso fortalece o senso de comunidade e pertencimento.

Considerações finais

A loja Casa do Pescador e Militar, de Taguatinga (DF), ressalta que o tiro esportivo é, sem dúvida, uma ferramenta poderosa de união, formação de caráter e perpetuação de valores. Ao reunir pais, filhos, avós e companheiros em uma atividade segura, responsável e repleta de significados, ele reafirma seu papel não só como modalidade esportiva, mas como elemento cultural e social.

Famílias que atiram juntas constroem memórias, aprendem juntas e compartilham vitórias – dentro e fora das competições. Em tempos de individualismo e distanciamento, encontrar um esporte que valoriza a convivência e a tradição é algo raro e valioso.

Seja por diversão, por amor ao esporte ou por tradição, o tiro esportivo tem se mostrado um caminho legítimo para aproximar pessoas e fortalecer os vínculos que realmente importam.

Para saber mais sobre família no tiro esportivo, acesse: 

https://ndmais.com.br/tiro-esportivo/de-joinville-para-as-olimpiadas-tiro-esportivo-e-tradicao-na-familia-de-geovana-meyer/

https://ge.globo.com/pi/noticia/2013/08/tiro-esportivo-aproxima-lacos-entre-pai-e-filho-entre-treinos-e-competicoes.html


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