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Polícia Federal assume controle dos CACs: entenda o que muda

21 JUL 2025

Desde o dia 1º de julho de 2025, os Colecionadores, Atiradores desportivos e Caçadores (CACs) passaram a conviver com um novo cenário normativo. O controle dessas atividades, que até então era exercido pelo Exército Brasileiro, agora está oficialmente sob responsabilidade da Polícia Federal.

Essa mudança representa um marco na política armamentista brasileira e sinaliza uma reformulação profunda na forma como o Estado lida com o acesso e a fiscalização de armas de fogo.

O que muda com a nova gestão

A mudança de competência é resultado direto do Decreto nº 11.615/2023, aliado ao Acordo de Cooperação Técnica nº 9/2023/GM. A nova estrutura transfere uma série de funções que agora são exercidas por uma instituição civil vinculada ao Ministério da Justiça. Entre os principais papéis assumidos pela PF estão o cadastro de CACs, a autorização para compra e posse de armas, e o controle das entidades que operam no setor.

Com a criação da Diretoria de Controle de Armas da Polícia Federal, essas atividades serão descentralizadas em 123 delegacias e 96 núcleos de controle espalhados pelo país. A meta é proporcionar maior presença institucional, respostas mais rápidas e uniformidade nos procedimentos regulatórios.

Estrutura reforçada e tecnologia de apoio

Para implementar esse novo modelo, o governo federal repassou R$ 20 milhões à Polícia Federal, que estima a necessidade de R$ 30 milhões para concluir a reestruturação com eficiência. Mais de 600 servidores foram capacitados para lidar exclusivamente com as novas atribuições relacionadas às atividades dos CACs.

Outro destaque é a adoção de um painel de Business Intelligence (BI), que consolida dados atualizados sobre registros, fiscalizações, autuações e apreensões. Essa iniciativa visa garantir mais transparência e permitir o monitoramento público das ações ligadas ao controle de armamento.

Base legal e objetivos da transição

A reorganização está sustentada no Decreto nº 11.615/2023, que reinterpreta pontos cruciais do Estatuto do Desarmamento.

A legislação atualizada redefine os critérios de posse, porte, aquisição e funcionamento de entidades ligadas ao tiro esportivo, à caça e ao colecionismo. A diretriz central é unificar o controle em um órgão civil, com perfil técnico e maior capacidade de integração entre dados e políticas públicas.

Impactos para o universo CAC

Para os praticantes e interessados no segmento, a mudança traz impactos imediatos e outros que serão percebidos com o tempo. Haverá nova forma de interlocução com o Estado, novos canais de comunicação e, possivelmente, ajustes nos critérios para autorizações e renovações. A promessa é de mais clareza, padronização e agilidade nos processos — ainda que a fase inicial possa gerar dúvidas e adaptação.

 Com a Polícia Federal à frente, o Brasil dá um passo rumo a uma política de armas mais centralizada, moderna e auditável. Cabe aos CACs acompanharem as mudanças, se adaptarem aos novos protocolos e se manterem informados para garantir o pleno exercício de seus direitos dentro da legalidade, orienta a loja Casa do Pescador e Militar, de Taguatinga (DF). 

Para saber mais sobre essa transferência do Exército para a Polícia Federal, acesse: 

https://www.gov.br/pf/pt-br/assuntos/noticias/2025/06/pf-assumira-atribuicoes-relacionadas-a-cacs-a-partir-de-1o-de-julho

https://g1.globo.com/politica/noticia/2025/06/23/pf-assume-fiscalizacao-de-cacs-na-proxima-semana-e-prepara-painel-sobre-processos-de-registro.ghtml


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