
Em meio às gélidas florestas da Finlândia, durante a brutal Guerra de Inverno (1939-1940), um homem simples transformou-se em um dos maiores símbolos de eficiência militar de todos os tempos. Simo Häyhä, fazendeiro e caçador antes da guerra, tornou-se o franco-atirador mais letal da história moderna, acumulando uma impressionante quantidade de abates.
O cenário da Guerra de Inverno: onde nasce a lenda
A Guerra de Inverno começou em novembro de 1939, quando a União Soviética invadiu o território finlandês esperando uma vitória rápida. No entanto, encontrou uma defesa determinada e bem adaptada ao terreno hostil. As tropas finlandesas exploraram sua familiaridade com a neve e as florestas para realizar ataques de guerrilha precisos e eficazes, em que Häyhä rapidamente se destacou como peça fundamental da resistência.
Durante 98 dias de combate, Häyhä consolidou números praticamente inacreditáveis: foram 505 mortes confirmadas com seu rifle e cerca de 200 adicionais com submetralhadora, totalizando quase 700 inimigos abatidos. Seu impacto foi tão grande que o exército soviético organizou operações específicas para tentar neutralizá-lo, tamanha era sua ameaça no campo de batalha.
As táticas de precisão que garantiram sua letalidade
Com apenas 1,52 metro de altura, Häyhä sabia como desaparecer em meio à neve. Utilizando roupas completamente brancas e cobrindo o rosto, preparava cuidadosamente o local de cada disparo: compactava a neve para evitar nuvens de pó ao atirar e colocava neve na boca para esconder o vapor da respiração.
Diferentemente de outros franco-atiradores, evitava miras telescópicas. Utilizava exclusivamente a mira de ferro do seu rifle M/28-30 — arma que já dominava desde os tempos de caça — evitando reflexos de luz que poderiam revelar sua posição. Com a mira ajustada para 150 metros, realizava manutenções constantes na arma mesmo em temperaturas abaixo de -20°C, garantindo sempre o funcionamento perfeito.
Sua formação como caçador permitiu que ele interpretasse o terreno com grande precisão. Lia distâncias com facilidade, usava ruídos e movimentos ao seu redor a seu favor e conseguia trocar de posição sem ser detectado. Cada disparo era fruto de cálculo técnico, paciência e profundo conhecimento ambiental.
O ferimento e a recuperação surpreendente
No dia 6 de março de 1940, já nos últimos dias do conflito, Häyhä foi gravemente atingido no rosto por uma bala explosiva, que destruiu parte de sua mandíbula. Apesar da gravidade do ferimento, sobreviveu e recobrou a consciência uma semana depois — exatamente no dia da assinatura do armistício. Em reconhecimento, foi promovido diretamente de cabo a primeiro-tenente, registrando a ascensão mais rápida na história militar da Finlândia.
Mesmo com 26 cirurgias ao longo de sua vida para reparar as sequelas, Häyhä viveu até os 96 anos, levando uma vida reservada após a guerra. Criou cães e voltou a caçar na região de Ruokolahti, onde faleceu em 2002.
A perpetuação do mito da Morte Branca
O apelido "Morte Branca", atribuído pelos soviéticos, reflete o medo que sua precisão invisível causava em seus inimigos. Sua história ultrapassou o conflito e segue inspirando livros, documentários e, em breve, um longa-metragem finlandês previsto para 2027, que aprofundará o lado humano de sua trajetória.
A loja Casa do Pescador e Militar, de Taguatinga (DF), aponta que, mais do que números impressionantes, Simo Häyhä representa o domínio completo da arte do tiro de precisão — resultado de disciplina rigorosa, excelência técnica e resistência psicológica sob as condições mais adversas. Seu legado permanece como referência obrigatória para estudiosos e praticantes de tiro ao redor do mundo.
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